sábado, 27 de agosto de 2011
uma memória que eu insisto que se torne realidade.
eu imagina, criava e chegava até mesmo a delirar, em momentos nossos. momentos que a gente não teve: você abrindo a porta do carro, para aquela festa luxuosa, você me dizendo que não podia viver sem mim, e até mesmo aquele bolo de chocolate que você me deu, e no fim não podemos comer, porque a sua presença era mais quente e doce que o próprio bolo... eu queria, imaginando, achar uma lacuna feliz em que você não se encaixasse, e então entender e dar razão - ao não estarmos juntos - por não ter você naquele pensamento. mas não pude fazê-lo. essa lembrança toda feliz não existe. e hoje, pensando nessas lembranças fictícias me peguei chorando, tentando entender que talvez você só faça parte das memórias, e no fundo, bem no fundo, você nunca chegou a existir. essa loucura era uma pequena coisa, um estado para não dizer que sou tão só. e aquelas fotos nossas, antigas e amarelas, foram só pensamentos que eu materializei e tomaram formas... e no fim, também nunca existiram. era só uma felicidade que eu quis dar forma, nome e sentir um perfume, comum, que sinto todo dia.